História do Jiu-Jitsu
O Jiu-Jitsu nasceu a mais de 2500 anos, criado por monges budistas, pois eram frequentemente atacados por malfeitores de outros povos durante suas peregrinações. Devido ás suas crenças, não podiam usar armas, então desenvolveram uma ferramenta de defesa baseada nos movimentos dos animais, observando os princípios da força da alavanca, permitindo que um indivíduo mais leve e mais fraco, consiga vencer alguém mais forte e mais pesado.
Sendo assim, juntamente com os Monges Budistas logo esta forma de luta cruzou a Ásia e chegou ao Japão onde se tornou a luta dos samurais, exímios guerreiros que tinham como função defender seus senhores se preciso, com a vida.
No campo de batalha ou durante qualquer enfrentamento, um samurai poderia acabar sem suas espadas ou lanças, necessitando, então, de um método de defesa sem armas. Como os golpes traumáticos não se mostravam suficientes nesse ambiente de luta, já que os samurais vestiam armaduras, as quedas e torções começaram a ganhar espaço pela sua eficiência. O Jiu-Jitsu se destacava, apesar da agressividade da época, por características como equilíbrio e flexibilidade que venciam a força bruta.
Em meados de 1877, o funcionário público Jigoro Kano estudante das artes secretas do Jiu-Jitsu, ficou encarregado de desenvolver uma modalidade que fosse semelhante ao Jiu-Jitsu e que não deixasse transparecer as técnicas eficientes e secretas da nobre arte. Então surgiu o chamado “Estilo Kano” de Jiu-Jitsu, posteriormente chamado de Judô com a primeira escola Kodokan. Iniciava, desta maneira o desmembramento do Jiu-Jitsu, surgindo diversas outras artes marciais. Entretanto naquele século XIX os judocas já haviam introduzido, secretamente, técnicas do Jiu-Jitsu no Judô.
Como chegou no Brasil
No início do século 20, um dos grandes lutadores da escola Kodokan sai do Japão com a missão de divulgar a arte marcial pelo mundo, seu nome era Mitsuyo Maeda. Ele passa por diversos países lutando desafios e logo ganha o apelido de Conde Koma. Foram essas lutas que lapidaram na prática a eficiência do seu Jiu-Jitsu. Em 1915, Conde Koma chega ao Brasil e se estabelece em Belém, no Pará. Lá conheceu Gastão Gracie, patriarca da família, e como retribuição a um favor pessoal, passa a ensinar o Jiu-Jitsu ao seu filho mais velho, Carlos, que em pouco tempo, já dominava as técnicas ensinadas por Conde Koma.
Aluno fiel, Carlos Gracie abraçou de vez o Jiu-Jitsu abrindo em 1925, a primeira academia de Jiu-Jitsu da família Gracie e, para lamento da mãe que sonhava ver mais diplomatas na família célebre, começou a repassar para os irmãos o amor pela arte.
Helio Gracie tornou-se, rapidamente, o destaque entre os irmãos, pelas inovações técnicas que promoveu como instrutor e pelo espírito indomável que não combinava com o porte franzino.
A família usava como ferramenta de divulgação e prova de sua eficiência, desafios à capoeiristas, estivadores e valentões de todas as origens e tamanhos. Se em pé tais brutamontes botavam medo, no chão viravam presa fácil para os botes e estrangulamentos que os capturavam como mágica. As vitórias da família em lutas sem regras foram se acumulando e virando lendas em manchetes nas primeiras páginas. Aí então nascia o Gracie Jiu-Jitsu, que no mundo é chamado de Brazilian Jiu-Jitsu.
Um século depois de Conde Koma desembarcar no Brasil, nosso Jiu-Jitsu hoje pode ser praticado do Alasca à Mongólia, de Abu Dhabi ao Japão. O resto da história continua a ser escrita por cada faixa-branca que ingressa em uma academia de Jiu-Jitsu.